quarta-feira, 13 de abril de 2011

BRASIL, CHINA E ONU - O QUE O ESTADÃO AFIRMA, A FOLHA NEGA

Título da matéria da Folha de São Paulo, quarta-feira, 13 de abril, caderno Mundo, página A18:
"China frustra Brasil e nega apoio na ONU".
Trechos da matéria:
"O Brasil novamente não obteve o respaldo chinês a vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Em um comunicado conjunto durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao país, Pequim limitou-se a apoiar 'a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas'.
Trata-se de posição semelhante à adotada há cerca de um ano, quando o dirigente máximo da China, Hu Jintao, visitou o Brasil. No comunicado assinado com o então presidente Lula, falou-se em 'compreensão e apoio' a papel maior do Brasil na ONU".


Manchete da primeira página do jornal O Estado de São Paulo, quarta-feira, 13 de abril:
"China apoia aspiração do Brasil a mais poder na ONU".
Título da matéria do jornal O Estado de São Paulo, quarta-feira, 13 de abril, caderno Nacional, página A8:
"Ao Brasil, China diz ser prioridade ter 'nação em desenvolvimento na ONU'".
Trechos da matéria:
"Na visita da presidente Dilma Rousseff à China, o país asiático deu um passo adiante ao tratar da defesa do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. No comunicado conjunto assinado pelos dois países, a China se posicionou ao lado do Brasil ao assinalar que a representação das nações em desenvolvimento, naquele fórum, é agora uma "prioridade". 
"A China atribui alta importância ao papel e à influência que o Brasil, como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, tem desempenhado nos assuntos regionais e internacionais, e compreende e apoia a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas", diz um trecho do comunicado". 

Em texto de análise publicado bem ao lado desta matéria, ainda no Estadão, Lisandra Paraguassu escreve que "a China foi o mais longe que poderia ir e além do que o governo brasileiro esperava no apoio às aspirações do País a uma vaga no Conselho de Segurança da ONU".


Minha pergunta: e agora, em quem acreditar? O comunicado oficial emitido pelos dois países obviamente é o mesmo. Mas, para a Folha, o documento "frustra aspirações brasileiras"; no Estadão, é visto como um "passo adiante e mais do que o governo brasileiro esperava". Não estamos falando de "interpretações distintas". Não há terceira via: ou a Folha esconde e minimiza, ou o Estadão exagera. Um dos dois veículos está brigando com os fatos. Façam as apostas. 

Quem sai perdendo? Os leitores, como sempre.

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